ENCONTRO COM INDÍGENAS NA ÁREA DE EXERCÍCIO DE BOAS PRÁTICAS - GANGORRA

Uma prática muito comum na metodologia de construção do saber popular é a troca de experiências e visitas de intercâmbio. Em 2013, a Irmã Mônica, juntamente com a colaboradora Maristela, visitou diversas aldeias de índios na Amazônia, a convite do Padre Eliezer que estava na época, trabalhando na região. E em 2014 foi a vez de acolher representantes das aldeias em Porteirinha. Foram realizadas oficinas, aulas práticas, experiências e muitas vivências. O objetivo foi divulgar formas naturais e alternativas para contribuir com os processos de cura e promoção da saúde, além de buscar formas para fortalecer a conexão com o sagrado e o natural. 

Filhas de Jesus

A ACEBEV foi fundada pela religiosa Amônica Porcina de Barros, mais conhecida como Irmã Mônica, que faz parte da Congregação  Filhas de Jesus. 

A Congregação Filhas de Jesus está presente no Brasil e no mundo e desenvolve importantes trabalhos em favor da vida.

Em 2014, Irmã Mônica celebrou 50 anos de vida consagrada e serviço a Deus e aos mais necessitados. 

Conheça um pouco mais dos trabalhos das Filhas de Jesus. CLIQUE AQUI! 

Nossa história

Com a chegada de Irmã Mônica no município de Porteirinha em 1992, foi iniciado um trabalho, juntamente com outras pessoas, de acompanhamento aos doentes e crianças desnutridas, orientando às famílias e buscando alternativas. O trabalho foi se consolidando, criou corpo, a ponto de ser necessário organizar um grupo de apoio. Os fatos mais positivos foram o aumento de peso das crianças, o maior conhecimento, uso das plantas e seu valor, assim como maiores cuidados e divulgação de práticas para prevenção de doenças. Foram 6 anos de trabalho, com oficinas nas comunidades rurais, criação de núcleos e a percepção que  muitas enfermidades como conseqüência da má alimentação e o uso de águas poluídas. Então, a partir daí iniciou o trabalho da cadeia de produção de alimentos com os agricultores. Tal foi a aceitação e a união que assim, nasceu a Associação Casa de Ervas Barranco da Esperança e Vida – ACEBEV, que tem como significado o cuidado com a saúde, sobretudo daqueles que estavam desenganados. A ACEBEV é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, formada por famílias agricultoras, colaboradores, empreendedores sociais, amantes da natureza e pessoas sensibilizadas com a causa social. 

No início, a Associação funcionava em um bairro de difícil acesso, localizado em um morro na cidade. O trabalho era difícil, mas mesmo assim, era realizado com amor. Porém, um dia a Irmã Mônica danificou a perna esquerda ao cair nesse morro. A partir daí, reunimos e conseguimos um espaço junto à administração municipal de um local mais central. Juntamente com as comunidades, fizemos a farmácia viva e fomos nos organizando de pouco a pouco, criando um fundo fraterno, montando o vai e vem dos recursos, uma caixinha de contribuição, símbolo real de nossas práticas para o sustento de pequenos projetos e atendimento as pessoas menos favorecidas. Desde então, a ACEBEV vêm lutando contra a desigualdade social de nossas comunidades do Norte de Minas Gerais, promovendo projetos que visem à união, a paz e a formação profissional. 

A ACEBEV trabalha em dois eixos, “Segurança Alimentar e Saúde Complementar”. Tem uma equipe de atendimento que verifica o estado da saúde das pessoas que procuram atendimento e mediante o conhecimento das plantas indicadas para cada caso e a produção dos remédios naturais, a equipe indica e orienta à pessoa o tratamento necessário, com uma atenção especial para os carentes. A Associação utiliza diversas práticas curativas como Geoterapia, Hidroterapia, Reflexologia, Homeopatia, Bioenergia e mantém uma boa tradição dos chás e remédios caseiros no combate a verminose, doenças respiratórias e doenças cutâneas. Ao mesmo tempo resgata saberes tradicionais, conscientizando para uma melhor qualidade de vida, atendendo no geral cerca de 3.500 pessoas por ano. O atendimento de acompanhamento à Saúde Complementar é realizado de segunda a sexta-feira, no horário das 07h às 11h, (para garantir o atendimento é necessário chegar até no máximo às 08h30) ficando o período da tarde para a produção e organização dos remédios. O atendimento não é cobrado nenhum custo, apenas uma contribuição para os remédios, que são viabilizados numa prática solidária e acessível (venda – preço mínimo, troca e gratuidade). A entidade também realiza práticas de convivência com o semiárido e agroecologia em sua Área de Exercício de Boas Práticas, localizada na comunidade rural da Gangorra. Lá possui além de outras ações, importantes experiências de bioconstrução.

“A saúde não é só ausência de doença, mas uma soma de cuidados, que nos propõe qualidade de vida e valorização da natureza”